Capítulo 6 – A Mesa dos Pães da Proposição
A mesa dos pães da proposição foi colocada no lado norte do primeiro compartimento do santuário. A mesa tinha dois côvados de comprimento, um côvado e meio de largura e um côvado e meio de altura. Era coberta de ouro puro, e como o altar do incenso, estava ornamentada com uma moldura de ouro ao redor na parte de cima.CSS 51.1
No dia de sábado, os levitas faziam doze pães, ou bolos, de pães asmos. Esses bolos eram colocados quentes sobre a mesa a cada dia de sábado, dispostos em duas fileiras, ou pilhas, seis em cada fileira, com incenso puro em cada fileira.CSS 51.2
Durante toda a semana, o pão permanecia sobre a mesa. Por alguns tradutores é chamado “o pão da presença”. No final da semana era retirado e comido pelos sacerdotes. Isso explica por que o sacerdote Aimeleque não tinha pão comum no sábado para dar a Davi, pois os sacerdotes estavam acostumados a comer o “pão sagrado” naquele dia. Não era lícito cozer pão comum no sábado; o mandamento é muito claro que todo o pão para o uso do sábado nas casas deveria ser cozido no sexto dia. “Isto é o que disse o Senhor: Amanhã é repouso, o santo sábado do Senhor; o que quiserdes cozer no forno, cozei-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobrar separai, guardando para a manhã seguinte. Mas o Senhor ordenou que os levitas preparassem o pão da proposição todos os sábados.CSS 51.3
Todo o serviço ligado à mesa do pão da proposição era feito no sábado. O pão era preparado no sábado, e colocado sobre a mesa enquanto estava quente. No sábado seguinte era removido e comido pelos sacerdotes naquele dia.CSS 52.1
Os sacerdotes serviam “como figura e sombra das coisas celestes”, portanto, há uma lição celestial para nós no antítipo do pão da proposição. Era uma oferta contínua, permanecendo sempre diante do Senhor. Ensinava que o homem era totalmente dependente de Deus tanto para o alimento temporal como para o espiritual, e que ambos provêm Daquele que “vive sempre para interceder” por nós diante do Pai.CSS 52.2
Esse, como todos os outros tipos do serviço do santuário, encontrou seu cumprimento em Cristo. Ele é o verdadeiro pão. Ele disse: “Eu sou o pão vivo que desceu do Céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que Eu darei pela vida do mundo é a minha carne”. Então, acrescentou: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem... não tendes vida em vós mesmos”. Mesmo os discípulos não conseguiram compreender as palavras de Cristo, e murmuraram. Jesus leu os seus pensamentos, e disse-lhes: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos tenho dito são espírito e são vida”. Sua palavra é o verdadeiro pão, do qual devemos comer.CSS 52.3
Como o pão na presença de Deus era retirado do santuário e comido, assim também disse Jesus: “A palavra que estais ouvindo não é Minha, mas do Pai, que Me enviou”. A Bíblia veio diretamente de Deus. Deus a deu a Cristo, Cristo a enviou por Seu anjo aos profetas, e os profetas a deram ao povo.CSS 52.4
Muitas vezes lemos a Bíblia como uma mera forma de piedade, ou para obter algo para dar aos outros; mas se desejarmos receber seu poder vivificante em nossos próprios corações, então precisamos recebê-lo “quentinho”, aquecido pelo Céu.CSS 53.1
Não há tempo mais apropriado para deixar Deus falar aos nossos próprios corações por meio da Sua palavra do que no dia de sábado, quando deixamos de lado nossos cuidados e negócios seculares, e dedicamos tempo para estudar a Palavra Sagrada e deixá-la entrar no íntimo do nosso coração até orvirmos Deus falar a nós, não a outro.CSS 53.2
Os sacerdotes não deviam somente colocar o pão quente sobre a mesa no dia do sábado, mas mais tarde, esse mesmo pão devia ser comido e tornar-se parte de seu próprio ser. Era desígnio de Deus que o Seu povo, a cada sábado, pudesse obter uma nova experiência nas coisas divinas, o que os tornaria melhor equipados para enfrentar as tentações da semana. O coração que nunca recebe uma experiência mais profunda no sábado do que em qualquer outro dia, falha em observar o sábado como Deus gostaria. Podemos até dedicar alguns minutos de sossegado estudo da palavra no dia de sábado, quando ouvimos o Senhor falando a nós individualmente; mas se as palavras não são absorvidas em nossas vidas, não nos dão nenhuma força duradoura. Quando os sacerdotes comiam o pão preparado no sábado anterior, eles o absorviam, e assim recebiam força para as tarefas diárias.CSS 53.3
Pedro evidentemente entendeu essa verdade quando exortou a igreja a desejar o genuíno leite da palavra, a fim de que pudessem crescer por meio dele. Ele afirmou que, se assim o fizessem, seriam “um sacerdócio santo”. Aqui está o segredo da verdadeira vida cristã. A vida eterna não chega ao coração por meio de formas e cerimônias. Elas têm a sua função; mas a vida eterna resulta de se alimentar do pão verdadeiro que vem da presença de Deus — a Santa Palavra de Deus, a Bíblia sagrada.CSS 53.4
Tipo – Êxodo 25:30. Pão da proposição continuamente diante do Senhor. Antítipo – João 6:48. Cristo disse: “Eu sou o pão da vida”.
Tipo – Levítico 24:5. Havia doze pães da proposição, o número das tribos de Israel. Antítipo – 1 Coríntios 10:17. Ao falar da igreja, Paulo diz: “Nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo”.