Seção 2: Os Móveis do Santuário
Capítulo 4 – A Arca
A arca era a figura central de todo o santuário. A quebra da lei contida na arca era o único motivo para todos os serviços sacrificais, tanto típicos como antitípicos. Quando o Senhor deu instruções para construir o santuário, Sua primeira instrução foi: “Também farão uma arca de madeira de acácia; de dois côvados e meio será o seu comprimento, de um côvado e meio, a largura, e de um côvado e meio, a altura”. Era revestida de ouro puro por dentro e por fora, e na parte superior havia uma moldura de ouro ao redor.CSS 40.1
A cobertura da arca, o propiciatório, também era de ouro puro. Em cada extremidade do propiciatório havia um querubim de ouro batido, com as asas estendidas cobrindo a arca e com suas faces voltadas reverentemente para a lei de Deus ali contida.CSS 40.2
Há grande consolação no fato de que o próprio Senhor cobriu a lei quebrantada com um propiciatório, ou trono de graça; e então Ele, o Deus misericordioso, tomou Seu lugar sobre esse trono, para que todo pecador que se achegue confessando seus pecados, receba misericórdia e perdão. O propiciatório, com a nuvem de glória, a representação visível da presença de Deus, e seus querubins, é uma figura, ou “sombra”, do trono do grande Deus, que proclama Seu nome como “compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade”.CSS 40.3
Dentro da arca estava a própria cópia do Senhor daquela lei santa dada à humanidade no princípio. “Onde não há lei, também não há transgressão”. “O pecado não é levado em conta quando não há lei;” portanto, o Senhor nunca poderia ter expulsado nossos primeiros pais do jardim do Éden por causa do seu pecado, se eles desconhecessem a Sua santa lei. Como Deus proclamou Sua lei aos nossos primeiros pais Ele nunca revelou em Seu Livro Sagrado; mas quando tornou-se necessário fazer com que Sua lei fosse conhecida por Seu povo outra vez, depois de sua longa servidão no Egito, Ele manteve registro desse evento impressionante, para que as gerações vindouras pudessem saber que Deus veio do Céu e anunciou os dez mandamentos em voz audível diante de todo o Israel.CSS 40.4
Após Deus haver declarado os dez mandamentos do alto do Monte Sinai, Ele os escreveu sobre duas tábuas de pedra, as quais Ele entregou a Moisés com a seguinte instrução: “Tu as colocará na arca”. A arca foi colocada no lugar santíssimo do santuário, onde nenhum olho mortal podia contemplá-la, exceto o do sumo sacerdote, e isso apenas um dia no ano, quando entrava para aspergir na frente e em cima do propiciatório o sangue do bode sobre o qual havia caído a sorte pelo Senhor, a fim de fazer expiação pela lei quebrantada dentro da arca.CSS 41.1
“O salário do pecado é a morte” e a lei quebrantada exige a morte de todo pecador. No serviço típico, o sangue era aspergido por cima da lei para mostrar fé no sangue de Cristo, que libertaria os justos das reivindações, ou maldição, da lei.CSS 41.2
Deus comungava com o Seu povo a partir da nuvem de glória que pairava acima do propiciatório, entre os querubins. Esses querubins de ouro com asas estendidas eram uma representação dos querubins cobridores que estão ao redor do trono de Deus no Céu.CSS 41.3
Não pode haver governo sem lei. A própria sugestão de um reino está sempre ligada à lei. Não poderia haver qualquer julgamento sem que houvesse uma lei como padrão do mesmo. Deus declara que “todos os que com lei pecaram, mediante lei serão julgados”. Todos os mandamentos de Deus são justiça. A base ou fundação do Seu trono é justiça e juízo.CSS 42.1
“Nada havia na arca senão as duas tábuas de pedra”, diz o relato divino. O vaso contendo o maná foi colocado diante do Senhor, e a vara de Arão que floresceu foi posta “diante do testemunho”. Paulo ao enumerar todos os objetos do lugar santíssimo na sua devida ordem, leva alguns a supor que em algum momento o vaso de maná e a vara de Arão foram colocados dentro da arca; mas a arca foi feita com o único propósito de conter a santa lei de Deus.CSS 42.2
Nenhuma mão profana tinha permissão de tocar na arca. Uzá foi morto por estender a sua mão para segurá-la quando os bois que a puxavam tropeçaram; e milhares de “homens de Bete-Semes” foram mortos por olharem para dentro dela. Ninguém, senão os levitas, tinha permissão para carregar o receptáculo sagrado.CSS 42.3
Por ocasião de uma batalha com os filisteus, os ímpios filhos de Eli, o sumo sacerdote, levaram a arca para o campo de batalha, e esta foi capturada pelos filisteus; mas Deus impressionou seus corações a fim de devolvê-la a Israel com uma oferta de ouro pela culpa. Quando o templo de Salomão foi construído, a arca foi colocada no santo dos santos, onde permaneceu até que o profeta Jeremias a tomou e escondeu numa caverna nas montanhas antes do cativeiro babilônico, para que não caísse nas mãos dos gentios.CSS 42.4
O escritor de um dos livros apócrifos afirma que, nos últimos tempos, a arca será apresentada novamente. Quer essa cópia da lei dada por Deus no Sinai seja novamente vista ou não, os fascinados habitantes da Terra contemplarão uma cópia dessa mesma lei, traçada nos céus como por uma caneta de fogo, na iminência da segunda vinda de Cristo à Terra.CSS 43.1
Essa santa lei é o padrão pelo qual todos serão julgados. Essa lei condena o culpado; porque “o pecado é a transgressão da lei”. A mesma lei que condena o pecador testemunhará a justiça daqueles que, mediante a fé em Cristo, tentaram caminhar em harmonia com seus preceitos sagrados, buscando humildemente perdão para cada transgressão.CSS 43.2
Tipo – Êxodo 26:33. A arca foi colocada no lugar santíssimo. Antítipo – Apocalipse 11:19. A Arca foi vista no Santuário.
Tipo – Êxodo 25:21, 22. A presença visível de Deus se manifestava acima do propiciatório. Antítipo – Êxodo 34:5-7. O Senhor proclama o Seu nome como Misericordioso e Compassivo e Longânimo.