Loading...
Larger font
Smaller font
Copy
Print
Contents
  • Results
  • Related
  • Featured
No results found for: "".
  • Weighted Relevancy
  • Content Sequence
  • Relevancy
  • Earliest First
  • Latest First
    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents

    Miller e as Profecias

    “Tínhamos preconceito contra esse bom homem quando ele veio aqui pela primeira vez, pois supúnhamos que interpretar as profecias bíblicas de modo a fazê-las apontar para o fim do mundo em 1843 era um erro claro. Ainda estamos inclinados a crer que isso é um erro ou um cálculo mal feito. Ao mesmo tempo, superamos nosso preconceito contra ele ao assistirmos às suas palestras e aprendermos mais sobre o excelente caráter desse homem, e sobre o bem que ele está realizando. O Sr. Miller é um fazendeiro simples cuja única pretensão é a de ter feito, por muitos anos, um extenso estudo das profecias das Escrituras, e de entender algumas delas de maneira diferente da maioria das outras pessoas; e cujo desejo, para o bem de outros, é divulgar suas opiniões diante do público. Ninguém consegue ouvi-lo por cinco minutos sem que se convença de sua sinceridade e se instrua com o seu raciocínio e informações. Todos reconhecem que suas palestras estão repletas de material útil e interessante. Seu conhecimento das Escrituras é muito extenso e detalhado. Além disso, ele demonstra, de modo especial e surpreendente, estar familiarizado com a profecias. A aplicação que faz das mesmas aos grandes eventos do mundo natural e moral é tão precisa, que as pessoas se convencem da veracidade dela, e ele ganha pronta aprovação de seus ouvintes. Temos razões para acreditar que a pregação, ou as palestras, do Sr. Miller, têm produzido um grande e extenso bem. Como resultado disso, têm havido reavivamentos. Ele tem sido ouvido com atenção em todos os lugares aonde vai.”MH 56.2

    “Não há nada de muito especial nos modos ou na aparência do Sr. Miller, que são, no mínimo, iguais ao estilo e aparência dos ministros em geral. Seus gestos são naturais e expressivos, e sua aparência pessoal é, em todos os sentidos, decorosa. Suas explicações e ilustrações sobre as Escrituras são admiravelmente simples, naturais e convincentes. Onde quer que ele pregue, as pessoas manifestam grande entusiasmo ao ouvi-lo.”MH 57.1

    Na volta para casa, ele apresentou palestras nos seguintes lugares: No dia 16 de junho, em Westford, Vermont; no dia 23, em Cambridge, Vermont; e no dia 30, em Colchester, Vermont. Como resultado de seus esforços em Colchester, 23 pessoas se uniram à igreja batista entre aquela data e o dia 2 de dezembro do mesmo ano.MH 57.2

    As cartas endereçadas para ele e seu filho, nesse período, mostram que havia uma notícia de que ele estava morto. Logo que isso foi desmentido, outra notícia circulou relatando que, ao reexaminar seus cálculos, ele descobrira um erro de cem anos. Ambos os rumores foram várias vezes revividos, e tiveram que ser, com a mesma frequência, refutados.MH 57.3

    Em 15 de setembro, cumprindo o desejo de muitos moradores de Rutland, Vermont, que estavam bastante ansiosos para ouvir sua série de palestras, ele visitou aquele lugar, dando palestras diariamente até o dia 22, quando voltou para sua família e fez arranjos para uma segunda visita a Massachusetts.MH 57.4

    Seu trabalho teve início em Groton, Massachusetts, em 13 de outubro, onde ele deu palestras por dez dias. Com referência a essas palestras – e a outras, em cidades vizinhas – Silas Hawley, ministro da igreja congregacional, escreveu de Groton, em 10 de abril de 1840:MH 57.5

    “O Sr. Miller tem apresentado suas palestras nesta cidade e nas cidades vizinhas com notável sucesso. Suas palestras têm sido seguidas de preciosos reavivamentos da religião em todos esses lugares. Uma classe de pessoas que não seria influenciada por outros tem sido alcançada por ele. Chegou ao meu conhecimento que suas palestras são adaptadas para abalar a supremacia de várias formas de erro frequentes na comunidade.”MH 57.6

    Ao término de suas palestras em Groton, o Sr. Miller apresentou uma terceira série de palestras em Lowell, entre 23 de outubro e 1º de novembro, as quais, a exemplo das anteriores ministradas nesse mesmo lugar, produziram preciosos frutos.MH 57.7

    De 2 a 10 de novembro, ele deu palestras em Haverhill, Massachussetts, onde conheceu o pastor Henry Plummer, da igreja cristã, que abraçou suas opiniões e se tornou um fiel amigo do Sr. Miller até o falecimento deste.MH 58.1

    Em 11 de novembro, o Sr. Miller começou uma série de palestras em Exeter, New Hampshire, que durou até o dia 19. No dia 12, uma assembleia da Conexão Cristã estava sendo realizada ali, e o Sr. Miller foi convidado para uma das reuniões. Ele era estranho para quase todos ali, e poucos, mais por mera curiosidade, davam atenção a suas opiniões. Vários deles questionaram-no a respeito de sua fé, mas foram rapidamente silenciados pela citação de textos apropriados das Escrituras.MH 58.2

    Ele chegou a Boston em 7 de dezembro e, do dia 8 ao dia 16 deste mesmo mês, deu palestras na capela da Rua Chardon – sua primeira série de palestras naquela cidade.MH 58.3

    Em 12 de dezembro, o Sr. Miller escreveu de Boston para o seu filho: “Estou agora neste lugar palestrando duas vezes por dia para grandes auditórios. Muitos, mas muitos mesmo, tiveram que ir embora por não haver mais lugar. Tenho informações de que muitos estão seriamente preocupados com sua condição diante de Deus. Espero que Deus opere nesta cidade”.MH 58.4

    Em 19 de novembro, ele iniciou uma série de palestras em New Haven, Connecticut, na Igreja Episcopal Metodista do reverendo Law. No domingo dia 20, embora o salão fosse grande, a igreja estava lotada. À noite, muitos não puderam assistir. Ele permaneceu ali até o dia 26, e o interesse do público continuava a série toda. The Fountain, um jornal sobre temperança publicado naquela cidade, trouxe a seguinte reportagem sobre a reunião:MH 58.5

    “O Sr. Guilherme Miller, celebrado escritor e palestrante do segundo advento do nosso Salvador e da iminente destruição do mundo, visitou recentemente nossa cidade e apresentou uma série de palestras para um enorme grupo de ávidos ouvintes na Primeira Igreja Metodista. Estima-se que não menos de três mil pessoas estiveram presentes na igreja todas as noites, durante uma semana. Pode-se até questionar se o silêncio quase absoluto que reinou em meio à grande multidão, durante as duas ou três horas de cada reunião, reflete o interesse da mesma no assunto de suas palestras; no entanto, não se pode dizer que nossa comunidade está insensível diante dessa importante questão.MH 58.6

    “O Sr. Miller estava acompanhado e assistido pelo pastor J. V. Himes, um eficiente ajudante nesta grande e importante obra. Não assistimos à série inteira; só tivemos a oportunidade de ouvir as três últimas palestras. Estamos profundamente desapontados. Tantas coisas extravagantes haviam sido ditas sobre os ‘fanáticos’ na imprensa pública, e tantas declarações distorcidas publicadas com referência a seus artigos de fé, que estávamos preparados para testemunhar manifestações repulsivas e talvez blasfemas do millerismo, como é chamada a doutrina do segundo advento.MH 59.1

    “Para fazer jus ao Sr. Miller, somos obrigados a dizer que ele é um dos palestrantes mais interessantes que já ouvimos. Não temos a menor dúvida de que ele está plenamente convencido da verdade da doutrina que ensina com tanta diligência, e ele certamente revela grande sinceridade e imparcialidade em sua maneira de provar seus pontos. E ele também os prova de tal modo que todos os ouvintes ficam convencidos, ou seja: se aceitarmos suas premissas como corretas, não há como escapar de suas conclusões.MH 59.2

    “Há um grande número de crentes que vem de outros lugares para assistir às conferências, e eu nunca vi um grupo tão alegre de pessoas. Não temos como determinar o efeito preciso dessas reuniões sobre a comunidade, mas sabemos que muitas mentes têm sido induzidas a contemplar as profecias bíblicas sob uma nova luz, e não são poucos os que estão estudando a Bíblia com interesse peculiar. De nossa parte, essa nova visão do destino do mundo é tão discrepante com a maneira anterior de pensar, que não estamos preparados para dar-lhe pleno crédito, embora não devamos ousar refutá-la.MH 59.3

    “A melhor parte da história é que um poderoso reavivamento seguiu-se após o trabalho do Sr. Miller e de seus colaboradores. Soubemos que mais de 50 pessoas se apresentaram para orações diante do altar da igreja metodista na noite de domingo. Na segunda à noite, o número era de 80 pessoas.”MH 59.4

    De 6 a 9 de março [de 1842], o Sr. Miller apresentou suas palestras em Medford, Massachusetts. Em sua estadia ali, um amigo o levou a um frenologista conhecido seu, em Boston, que não sabia a quem pertencia a cabeça que iria examinar. O frenologista começou dizendo que a pessoa que estava sendo examinada tinha uma cabeça grande, bem desenvolvida e bem equilibrada. Ao examinar as áreas do crânio responsáveis pela moral e pelo intelecto, ele disse ao amigo do Sr. Miller:MH 59.5

    – Deixe-me dizer uma verdade: para o Sr. Miller, não seria fácil fazer deste homem aqui um converso à sua tola teoria, visto que ele é um homem dotado de muito bom senso.MH 60.1

    Assim, ele foi adiante, fazendo comparações entre a cabeça que estava examinando e a do Sr. Miller, do jeito que ele imaginava que ela seria.MH 60.2

    – Ah, como eu gostaria de examinar a cabeça do Sr. Miller!, – disse ele. – Eu daria uma bela espremida nela.MH 60.3

    O frenologista, sabendo que o cavalheiro era amigo particular do Sr. Miller, não se furtou em sair da linha e fazer comentários sobre ele. Colocando a mão sobre a área que responde por dotes fenomenais, ele disse:MH 60.4

    – Aí está! Sou capaz de apostar que o velho Miller tem nesta parte de seu cérebro um galo do tamanho do meu punho; – e cerrou o punho para ilustrar seu comentário.MH 60.5

    Os presentes riram da perfeição da piada, e ele animadamente se juntou a eles, supondo que estavam rindo de seu gracejo com respeito a Miller.MH 60.6

    Ele declarou, em relação à cabeça do homem que estava sendo examinado, o oposto, em cada aspecto, de como ele achava que devia ser a do Sr. Miller. Ao terminar, ele preencheu sua planilha e, educadamente, perguntou ao Sr. Miller qual era o nome dele.MH 60.7

    O Sr. Miller disse que era desnecessário colocar seu nome na planilha, mas o frenologista insistiu.MH 60.8

    – Muito bem – disse o Sr. Miller –, pode me chamar de Miller, se quiser.MH 60.9

    Miller, Miller – disse ele. – Qual é o seu primeiro nome?MH 60.10

    – Chamam-me de Guilherme Miller.MH 60.11

    – O quê? O senhor é o homem que está apresentando palestras sobre as profecias?MH 60.12

    – Sim, senhor. Ele mesmo.MH 60.13

    Com isso, o frenologista deixou-se cair em sua cadeira, visivelmente atônito e consternado, e não pronunciou uma palavra sequer enquanto o grupo não foi embora. Seus sentimentos podem ser mais facilmente imaginados do que descritos.MH 60.14

    A respeito de sua aparência pessoal e personalidade reservada, devemos prestar ao leitor o serviço de dar o seguinte retrato, desenhado por uma delicada pena:MH 60.15

    Acabo de ter o privilégio de conhecer esse humilde servo de Deus ao lado da lareira da casa de um amigo, e posso verdadeiramente dizer que minhas melhores expectativas foram mais do que atingidas nesse encontro. Existe uma bondade de alma, uma simplicidade e um poder, peculiarmente originais, combinados em seus modos. Ele é afável e atencioso com todos, sem qualquer afetação de superioridade. Ele tem estatura média, é um tanto corpulento, e seu temperamento é uma mistura de sanguíneo e colérico. Sua capacidade intelectual é excepcionalmente plena, e pode-se ver em seu rosto grande bondade e firmeza, unidas a uma falta de amor-próprio. Nele não há qualquer deslumbramento, sendo NATURALMENTE cético. Seu semblante é cheio e redondo, bastante parecido com as gravuras que temos visto, embora haja uma peculiar profundidade de expressão em seus olhos azuis, que transmitem sagacidade e amor. Embora tenha 62 anos de idade, seu cabelo não é branco, mas de coloração castanho-avermelhada e lustrosa. Sua voz é cheia e distinta, e seu sotaque contém algo do antigo norte. Em suas relações sociais, ele é gentil e afetuoso e garante a estima de todos com quem se associa. Ao fornecer esse rápido desenho, feito a lápis, para o público, minha intenção é simplesmente corrigir numerosas declarações incorretas e satisfazer o sincero desejo de muitos crentes distantes, apresentando um vago perfil do caráter e aparência do homem que Deus escolheu para dar o “Clamor da Meia-Noite” a um mundo que dorme. – Midnight Cry.MH 60.16

    Neste ponto, devemos deixar Guilherme Miller por ora para, novamente, apresentar um rápido esboço do surgimento e progresso do adventismo.MH 61.1

    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents