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    10. A Passagem do Tempo

    O décimo dia do sétimo mês do ano judaico de 1844 veio e passou, deixando impressões nas mentes dos crentes que não seriam facilmente apagadas. E, embora um quarto de século tenha se passado desde aquele período memorável, essa obra não perdeu sua atratividade e sua força sobre as mentes dos que dela participaram. Ainda hoje, quem participou daquela obra bendita, e sente sua sagrada influência sendo novamente acesa em sua mente – em obediência à determinação do apóstolo: “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições. Em parte, fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações e, em parte, fostes participantes com os que assim foram tratados” –, falará daquela obra solene, daquela grande consagração provocada pela visão das cenas eternas, e daquela paz e alegria santas que encheram o coração dos que aguardavam. Suas palavras certamente tocarão os sentimentos de todos os que partilharam das bênçãos daquela obra e se mantiveram firmes.MH 149.1

    Os que participaram desse movimento não são os únicos que podem, agora, reviver sua experiência e se banquetear com as inspiradoras realidades do passado que lhes reavivaram a fé. Os que abraçaram a fé e a esperança do advento depois, e os que têm compreendido o significado das três mensagens de Apocalipse 14 – as quais falam da consagração, das bênçãos do passado, da presente obra de preparação e da glória futura – podem voltar conosco ao outono de 1844 e partilhar do reacender da iluminação celestial. Teria sido esta a nossa Jerusalém, onde deveríamos aguardar e desfrutar do derramamento do Espírito Santo? Da mesma forma que os cristãos de todos os tempos, a começar pelos discípulos de Cristo que estiveram presentes na ocasião, têm olhado em retrospectiva para o dia de Pentecostes com prazer e aprendizado, que os que, desde o memorável movimento do sétimo mês até hoje, abraçam a doutrina do segundo advento, relembrem aquele período com tanto interesse quanto os que dele participaram.MH 149.2

    As impressões deixadas nas mentes dos crentes foram profundas e duradouras. Não importa quão distante alguém tenha ido, desde então, de Deus e de Sua verdade, ainda permanecem na alma do apóstata vestígios da Sua obra. Que ele ouça sobre o assunto novamente. Que os fatos simples sejam outra vez trazidos perante sua mente, e seu sentimento sobre esse assunto será superior ao que sente por qualquer outro. Os que tomaram parte naquela obra e que estão distantes de Deus, mas ainda têm consideração por Sua Palavra e pela experiência cristã, sentirão profunda emoção em relação a esse assunto, e a fé de muitos deles ganhará vida. Permita Deus que estas páginas possam ser uma bênção para muitos deles.MH 149.3

    O desapontamento pela passagem do tempo foi amargo. Os crentes verdadeiros tinham renunciado a tudo por Cristo, tendo sentido Sua presença como nunca antes. Eles acreditavam que haviam dado a última advertência ao mundo, e se separado, em maior ou menor grau, da multidão de incrédulos e zombadores. E, tendo as bênçãos divinas sobre eles, desejavam associar-se mais com seu Mestre, a quem esperavam ver em breve, e com os santos anjos, do que com aqueles de quem haviam se separado. O amor de Jesus enchia cada alma, brilhando em cada rosto. Com desejos inexprimíveis, eles oravam: “Vem, Senhor Jesus, e vem logo”. Mas Ele não veio. E, voltar agora para as preocupações, perplexidades e perigos da vida, à vista dos zombadores e dos incrédulos, que agora os insultavam e ridicularizavam como nunca antes, foi uma terrível prova de fé e paciência. Quando o pastor Himes visitou Portland, Maine, poucos dias depois da passagem do tempo, e declarou que os irmãos deviam se preparar para outro frio inverno, quase perdi o controle sobre os meus sentimentos. Saí do local da reunião e chorei como uma criança.MH 150.1

    Mas Deus não abandonou Seu povo. Seu Espírito ainda repousava sobre eles, a saber, sobre todos os que não negaram nem denunciaram precipitadamente a boa obra do movimento do advento até aquele momento. Passagens como a seguinte, endereçada aos hebreus, vieram às mentes e corações dos que foram provados pela espera, trazendo força e conforto especiais: “Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, Aquele que vem virá e não tardará; todavia o justo viverá pela fé; e: se retroceder, nele não Se compraz a Minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, daqueles que creem para a conservação da alma” (Hebreus 10:35-39, trad. lit. KJV). Os pontos interessantes desse trecho das Escrituras são:MH 150.2

    1. Os destinatários correm o risco de duvidar e perder a confiança naquilo que havia sido feito corretamente.MH 151.1

    2. Eles haviam feito a vontade de Deus, e haviam sido conduzidos àquela circunstância probante, que exigiria paciência.MH 151.2

    3. O justo, nessas circunstâncias, tem que viver pela fé, não duvidando de que tenha feito a vontade de Deus, mas crendo que a fez.MH 151.3

    4. Os que não suportassem a provação, perdendo sua confiança na obra que havia sido feita segundo a vontade de Deus e recuando, tomariam o caminho direto para a perdição.MH 151.4

    Mas, por que aplicar tudo isso ao tema do segundo advento? Resposta: Paulo o faz. Suas palavras, que estão no centro da citação seguinte, extraída de sua epístola aos hebreus, proíbem qualquer outra aplicação: “Ainda dentro de pouco tempo, Aquele que vem virá e não tardará”. Ninguém questionará, por um momento sequer, que o segundo advento seja o assunto tratado pelo apóstolo. A situação peculiar dos que deveriam estar esperando o segundo aparecimento de Jesus é o cerne de sua exortação. Suas palavras são maravilhosamente aplicáveis aos que foram tristemente desapontados, tentados e provados no outono de 1844. Eles tinham proclamado a vinda do Senhor com grande confiança, e com a certeza de que estavam fazendo a vontade de Deus. Mas, com a passagem do tempo, eles se viram em uma situação que provou sua fé e paciência ao extremo. Daí as palavras de Paulo dirigidas a eles, no momento certo e no lugar certo. “Não abandoneis, portanto, a vossa confiança [...]. Tendes necessidade de perseverança, [...] [haveis] feito a vontade de Deus”. Cada verdadeiro adventista, que provou a boa palavra de Deus e os poderes do mundo por vir durante o movimento de 1844, a essas palavras do apóstolo, responderá: Amém!MH 151.5

    Mas quão atemorizantes são as palavras que se seguem: “Mas o justo viverá pela fé; e: se retroceder, nele não Se compraz a Minha alma”. Enquanto os adventistas aguardavam expectantes na fulgurante luz da profecia não mais selada, e estando diante dos sinais que rapidamente se cumpriam, indicando que o retorno de Cristo estava às portas, eles caminhavam, por assim dizer, pela vista. Mas, agora, estavam com suas esperanças frustradas e seus corações feridos, e viviam pela fé na firme Palavra e operação de Deus, que haviam testemunhado em sua experiência com o movimento do segundo advento. Deus fica muito satisfeito com os que permanecem fiéis; mas nos que retrocedem, Ele não tem nenhum prazer. Os primeiros creem para a salvação da alma deles, enquanto os últimos, que ficam impacientes, deixam de confiar na maneira como Deus os tem guiado, e passam a considerar a direção de Deus como um resultado do trabalho do homem, ou de Satanás. Esses são arrastados para a perdição.MH 151.6

    Essa e outras porções das Escrituras, de igual importância, tendo direta aplicação para a condição dos crentes daquele tempo, serviram não apenas de encorajamento para que eles se apegassem a sua fé, mas de alerta para que não se apostatassem. Uma impressão geral pairava nas mentes dos crentes, por algum tempo depois do desapontamento, a saber, a de que o movimento do sétimo dia estava nos planos de Deus, e os que tinham se engajado nessa obra haviam feito a Sua vontade.MH 152.1

    E, de acordo com a luz que tinham, havia um consenso geral de que o movimento do sétimo dia fora o último grande teste, de que a ceifa da Terra estava madura para a foice do Filho do homem, e de que a porta [da graça] estava fechada. Eu não tenho dúvida de que a salvação da alma, ou sua perdição, dependia da maneira como os que a ouviam tratavam aquela solene mensagem. E isso está bem claro no caso dos crentes desapontados depois da passagem do tempo. Se permanecessem firmes em sua crença, teriam salvação; se retrocedessem, o resultado seria a perdição. A ideia, contudo, de que a ceifa estava madura e de que a porta estava fechada, foi logo abandonada. Embora todos, desde então, tenham abandonado essa posição, por considerá-la incorreta, não consigo ver por que eles deveriam ser censurados por assumir tal posição por ocasião da passagem do tempo [em 1844]. De fato, a conclusão parece muito natural, e não vejo como eles poderiam ter chegado a outra conclusão. Mencionarei aqui algumas das razões por que essa conclusão era razoável, se não inevitável.MH 152.2

    1. Guilherme Miller e outros haviam ensinado que a porta seria fechada e que a provação se encerraria um pouco antes do segundo advento. Em uma carta ao pastor J. V. Himes, de 6 de outubro de 1844, ele disse: “Estou certo sobre minha opinião de que o próximo dia do Senhor será o último em que os pecadores terão a oportunidade de salvar-se. E, dez ou quinze dias depois dessa data, eles verão Aquele a quem odiaram e desprezaram, para sua própria vergonha e desprezo eterno”.MH 152.3

    2. O fechamento da porta da graça anterior ao segundo advento é ensinado claramente no enfático testemunho de Apocalipse 22:11, 12: “Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E eis que cedo venho [...]”. Descreverei apenas qual é a ordem dos eventos aqui apresentados: primeiro vem a decisão final sobre o caso de todos os que estiverem vivos ao se fechar a porta da graça, e, segundo, segue-se o advento Daquele que diz: “E eis que cedo venho”.MH 153.1

    3. Todos os verdadeiros crentes esperavam que a porta da graça se fechasse exatamente no décimo dia do sétimo mês. E, ao aproximar-se o tempo pelo qual tanto esperavam, o coração aflito de cada crente sentia ainda mais o peso e a responsabilidade de cumprir todo dever para com os outros. Mas, ao chegar, finalmente, a data que aguardavam com expectativa, todo esse fardo imediatamente caiu ao chão. Isso era verdade tanto para o irmão ou irmã que estavam isolados, em alguma parte do país, quanto para os que estavam nas cidades cheias de gente, misturando-se com centenas de outros crentes. O fato era uma verdade para todos. Todos sentiam que sua obra de alertar os pecadores estava terminada. Ninguém pode imaginar como foi essa grande mudança, somente aqueles que participaram do movimento e viram a chegada do tempo que aguardavam, tendo sobre si o fardo daquela solene obra. Jesus não havia vindo, como eles esperavam, o que fazia com que o motivo dessa grande mudança fosse uma pergunta legítima de se fazer. E, para dizer o mínimo, a conclusão natural era que a porta da graça havia se fechado.MH 153.2

    4. A mudança que, subitamente, veio sobre os ímpios, parecia fortalecer a convicção de que a porta estava fechada. Embora a passagem do tempo, cujo efeito foi o de remover seus medos, possa agora ser considerada causa suficiente para a mudança ocorrida nestes, mesmo assim, naquele momento, a conduta de muitos, parecida com a de demônios, depois que o décimo dia se encerrou – dos mesmos que, algumas horas ou dias antes, pareciam penitentes – dava a impressão de que a influência repressora do Espírito de Deus os havia deixado para sempre.MH 153.3

    Tendo em vista tais coisas, não é nenhuma surpresa que os adventistas concordassem que o clamor da meia-noite havia sido o último grande teste, que a obra de alertar o mundo estava terminada e que a porta estava fechada. Ao se examinar os escritos dos líderes da causa, publicados imediatamente após a passagem do tempo, pode-se notar que essa era sua fé.MH 154.1

    Guilherme Miller, numa carta endereçada a J. V. Himes, diz:MH 154.2

    Fizemos nosso trabalho de advertir os pecadores e de tentar despertar uma igreja formal. Em Sua providência, Deus fechou a porta. Podemos apenas animar um ao outro a sermos pacientes e diligentes para nos certificarmos do nosso chamado e eleição. Estamos vivendo, agora, no tempo especificado em Malaquias 3:18, como também em Daniel 12:10 e Apocalipse 22:10-12. Nessa passagem, não podemos deixar de ver que, um pouco antes de Cristo vir, haveria uma separação entre o justo e o injusto, o crente e o incrédulo, entre os que amam Seu aparecimento e os que o odeiam. E nunca, desde os dias dos apóstolos, houve uma linha divisória tão bem traçada como a que foi presenciada no décimo dia do sétimo mês judaico. Desde então, eles dizem que “eles não têm confiança alguma em nós”. Precisamos, agora, de paciência, depois de termos feito a vontade de Deus, para que possamos receber a promessa.MH 154.3

    J. V. Himes, Sylvester Bliss e Apollos Hale, editores do Advent Herald, em 13 de novembro de 1844, publicaram o seguinte:MH 154.4

    Mas o alarme soou em todas as partes. O clamor foi dado em todos os lugares. Novamente pudemos ver que Deus estava conosco. Foi um trabalho purificador de alma. Os filhos de Deus se prostravam em Sua presença, recebendo bênçãos para suas almas, algo sem precedentes na história da causa do advento. No entanto, estamos desapontados. O dia passou e ainda estamos aqui. Os que apenas observavam e passavam de largo, estavam prontos para exclamar que tudo foi uma ilusão e que agora, certamente, deveríamos renunciar a todas as nossas esperanças e abandonar todas as nossas expectativas. Nós, porém, não pensamos assim. Por maior que seja o paradoxo para nossos oponentes, podemos, contudo, discernir nessas coisas a direção da providência divina. Quando somos insultados e censurados por aqueles a quem o mundo vê como os Gamaliéis de nosso tempo, sentimos que eles estão apenas falando de coisas sobre as quais nada entendem.MH 154.5

    Os que não participaram desse último movimento não podem apreciar nada a respeito dele. Nós o consideramos como uma prova mais perscrutadora do que a primeira proclamação do tempo. Ele vasculhou Jerusalém à luz de velas; ele expurgou o velho fermento; ele testou os corações de todos os que ouviram sobre ele, e despertou um amor pelo aparecimento do Senhor. Em outros, provocou um ódio, mais ou menos perceptível, mas conhecido por Deus, de Sua vinda. Ele traçou uma linha e despertou a sensibilidade, de modo que os que examinarem seus próprios corações, poderão saber em que lado seriam achados, caso o Senhor viesse; se teriam exclamado “Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e Ele nos salvará”, ou se pediriam que as rochas e montanhas caíssem sobre eles, para que pudessem se esconder do rosto Daquele que está sentado no trono e da ira do Cordeiro. Cremos, portanto, que Deus provou Seu povo, bem como a fé deste. Ele os provou e pôde ver se eles recuariam, na hora da provação, da posição na qual Ele achou por bem colocá-los, e se eles renunciariam a este mundo e dependeriam, com implícita confiança, do trabalho de Deus.MH 155.1

    Acreditamos plenamente que fizemos a vontade de Deus ao fazer soar o alarme, como também cremos que Jonas a fez ao percorrer Nínive, caminho de um dia, dizendo: “Daqui a quarenta dias Nínive será destruída” (NVI). Nínive não foi destruída então, tampouco o Senhor operou, ainda, o livramento na Terra, nem nos habitantes do mundo caído. Jonas foi um falso profeta ao pregar sobre o tempo da destruição de Nínive? Não. Ele tinha apenas pregado sobre aquilo que Deus lhe ordenara. Mas Deus havia dito que “no momento em que Eu falar contra uma nação e contra um reino, para arrancar, e para derribar, e para destruir, se a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também Eu Me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe” (Jeremias 18:7, 8). “E os homens de Nínive creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até ao menor. E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus Se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez”. A pregação de Jonas serviu como um teste para os habitantes de Nínive, e cumpriu o propósito de Deus tanto quanto o teria cumprido se a cidade tivesse perecido.MH 155.2

    Acreditamos, pois, que esse último clamor foi um teste, e que, com nossa visão do dever, teríamos igualmente pecado contra Deus se tivéssemos nos recusado a dar a mensagem, assim como aconteceu com Jonas quando “se levantou para fugir de diante da face do Senhor para Társis”. Teríamos igualmente pecado se tivéssemos nos recusado a atentar para a mensagem, da mesma forma que os ninivitas, se estes tivessem se recusado a se arrepender diante da pregação de Jonas. E, todos os que estão com raiva de nós, por termos pregado sobre um tempo que não se concretizou, são tão culpados quanto Jonas, ao ele se aborrecer e orar para Deus tirar sua vida quando Ele poupou aquela grande cidade.MH 155.3

    O trecho seguinte foi extraído do Advent Herald de 30 de outubro de 1844, referente à suspensão das reuniões no Tabernáculo do Advento, em Boston. O artigo do qual o texto foi extraído tinha sido, anteriormente, inserido em vários dos jornais diários daquela cidade. Ele é importante, pois descreve corretamente as ideias e sentimentos dos adventistas daquele tempo. Tendo em vista tais testemunhos, é inútil qualquer tentativa de negar que os adventistas criam, no outono de 1844, que sua obra para o mundo estava para sempre terminada. Depois de apresentar algumas razões pelas quais eles esperavam o Senhor no décimo dia do sétimo mês, o autor do artigo diz:MH 156.1

    Com essa expectativa, estávamos desejosos de nos reunir uma vez mais, para nos unirmos em oração e para animarmos um ao outro na última obra de preparação. Foi com esse propósito que nos reunimos no conhecido lugar de adoração desta cidade. Não fizemos alarde sobre nossa reunião, nem apelos para o público. Essa reunião se caracterizou pela ausência, por parte de toda a comunidade, de atividades cuja intenção fosse causar júbilo ou espírito de vingança.MH 156.2

    Estávamos compenetrados, e nos curvamos em arrependimento e oração perante Deus, sinceramente afetados pelas confissões mútuas dos amigos sinceros. Não tínhamos nenhum sentimento negativo por nenhuma pessoa; sentíamos que nossa missão para com este mundo estava terminada, e que havíamos perdoado as muitas injúrias com que elas nos haviam afligido. Mas as velhas e tolas calúnias contra nós foram reavivadas; o espírito inquieto da comunidade acabou se despertando; não podíamos nos reunir em paz e, consequentemente, nossas reuniões foram suspensas. Fazemos essas observações agora para esclarecer ao público, e com a esperança de que alguns, que de outra maneira não dariam atenção aos apelos do tempo presente, possam abrigá-los em seu coração.MH 156.3

    Somos gratos às autoridades da cidade, que prestaram fielmente seus serviços, embora não pudéssemos promover a causa da reunião quando precisávamos de tal proteção.MH 156.4

    Perdoamos nossos inimigos. Eles não nos magoaram. E quem dera se eles pudessem ver o quanto magoaram a si mesmos. Mas já cumprimos nossa missão em relação a eles. Esperamos o cumprimento da promessa de Deus. Aquele que livrou Noé e Ló, e tirou Seu povo do Egito e da Babilônia, prometeu (como cremos) finalmente salvá-los “mediante Seu Filho vindo do Céu”. Por isso, esperamos essa libertação. Arriscamos tudo por essa expectativa, e pedimos apenas que Deus nos dê, e a todos que O buscam, graça para sustentar essa esperança.MH 156.5

    Em nome dos adventistas de Boston e arredores,MH 157

    JOSUÉ V. HIMES.MH 157

    Não tenho nenhuma palavra de censura para a alma que chegou à honesta conclusão de que a obra de alertar pecadores encerrou com a pregação do clamor da meia-noite. E mais: creio solenemente que a providência de Deus nos trouxe a essa posição. As hostes do advento deveriam ter permanecido ali, esperando pacientemente, vigiando e orando, até que nossa verdadeira posição pudesse ser vista claramente à luz do santuário celestial.MH 157.1

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