Capítulo 17
- Índice
- Prefácio
- Capítulo 1
- Capítulo 2
- Capítulo 3
- Capítulo 4
- Capítulo 5
- Capítulo 6
- Capítulo 7
- Capítulo 8
- Capítulo 9
- Capítulo 10
- Capítulo 11
- Capítulo 12
- Capítulo 13
- Capítulo 14
- Capítulo 15
- Capítulo 16
- Capítulo 17
- Capítulo 18
- Capítulo 19
- Capítulo 20
- Capítulo 21
- Capítulo 22
- Capítulo 23
- Capítulo 24
- Capítulo 25
- Capítulo 26
- Capítulo 27
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Capítulo 17
Reavivamento espiritual. Batismo. Unindo-me à igreja. Sociedade de Temperança. O Exército da Água Fresca [Cold-Water Army]. Outra viagem. Regras da viagem. Viagem de temperança. Altar de orações a bordo. Jornal marítimo bissemanal. Culto de domingo. Chegada à América do Sul. Paraíba. Bahia. Piratas. Santa Catarina.AJB 191.1
Durante a primavera de 1827, fomos abençoados com um reavivamento espiritual em Fairhaven, especialmente na Igreja Cristã. Naquela época, a minha mente estava mais ou menos inclinada à ideia de que deveria me unir a alguma denominação cristã. Minha esposa havia sido membro da Igreja Cristã muitos anos antes do nosso casamento. Por participar com ela, após nosso casamento, de alguns cultos, quando eu estava em casa, fiquei até certo ponto familiarizado com a compreensão que a Igreja Cristã tinha da Bíblia. Eles consideravam as Escrituras como sua única regra de fé e prática, renunciando assim a todos os credos.AJB 191.2
Meus pais eram membros de longa data da Igreja Congregacional, em companhia de todos os filhos que até o momento haviam se convertido, e esperavam ansiosamente que nós também nos uníssemos a eles. Eles, porém, mantinham alguns pontos de fé que eu não conseguia entender. Vou citar apenas dois: o modo de batismo e a doutrina da trindade. Meu pai, que já era diácono por muitos anos nessa igreja, se esforçava para me convencer de que eles estavam certos em questões de doutrina. Eu lhe disse que minha mente estava confusa a respeito do batismo. Ele então me disse:AJB 191.3
– Você foi batizado quando era bebê.AJB 191.4
Respondi-lhe que isso poderia ser de acordo com a fé dele, mas a Bíblia ensinava que devemos primeiro crer e depois ser batizados (Marcos 16:16; 1 Pedro 3:21), e falei que, quando bebê, eu não tinha capacidade para crer. Com respeito à trindade, concluí que era impossível acreditar que o Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, também era o Deus Todo-Poderoso, o Pai, ou seja, que os dois constituíam um único ser. Eu disse ao meu pai:AJB 191.5
– Se o senhor conseguir me convencer de que o senhor e eu somos uma única pessoa, de que o senhor é meu pai e eu sou seu filho, mas também que eu sou seu pai e o senhor é meu filho, aí então acreditarei na trindade.AJB 192.1
Nossa controvérsia quanto a esses pontos me levou a dedicar-me de modo especial à oração, sobretudo no que diz respeito ao batismo. Depois de orar a respeito, ao abrir a Bíblia, me deparei com o Salmo 27. Quando terminei o último verso, disse a mim mesmo: “Senhor, eu quero! Se eu esperar em Ti segundo a Tua Palavra, devo ser imerso – sepultado com Cristo através do batismo” (Colossenses 2:12). Deus fortaleceu o meu coração e me libertou a partir daquele momento. Passei a enxergar o meu dever com clareza. Sua promessa era doce e poderosa. Em poucos dias fui batizado por imersão e me uni à Igreja Cristã.AJB 192.2
No mesmo dia, enquanto trocávamos de roupa, pedi ao pastor M., que havia me batizado, que me ajudasse a criar uma Sociedade de Temperança. Como eu não precisava mais me preocupar com a questão do batismo, fui fortemente impressionado com a importância de unir as minhas forças à de outros para impedirmos, se possível, os estragos crescentes causados pela intemperança. Percebi que a decisão que eu havia feito de deixar de usar bebidas intoxicantes foi um dos passos mais importantes que eu já havia tomado em minha vida. Assim, eu desejava ardentemente a mesma bênção para todos os que me rodeavam.AJB 192.3
O pastor M. foi a primeira pessoa a quem pedi ajuda nesse empreendimento. Não conseguindo sua ajuda, prossegui sozinho e apresentei um papel para que as pessoas interessadas se inscrevessem. O pastor G., o ministro da Igreja Congregacional, seus dois diáconos e alguns dos principais homens dessa igreja assinaram o papel alegre e prontamente – doze ou treze no total –, e imediatamente convocamos uma reunião. Assim foi organizada a Sociedade de Temperança de Fairhaven.AJB 192.4
A maioria dos homens da nossa sociedade haviam sido capitães-marinheiros, e haviam testemunhado a influência degradante que as bebidas alcoólicas exerciam em seus usuários, tanto fora quanto dentro de casa. Eles pareciam, portanto, os mais prontos e dispostos a dar seus nomes e usar sua influência para impedir aquele vício monstruoso. O pastor G. exclamou:AJB 192.5
– Ora, capitão Bates, faz tempo que estou esperando presenciar essa obra!AJB 193.1
A reunião foi organizada, e escolhemos o capitão Stephen Merihew como presidente, e o Sr. Charles Drew como secretário. Durante a discussão sobre a elaboração de uma constituição, foi votado que nós nos comprometeríamos em nos abster do uso de bebidas destiladas. Como éramos pioneiros nesse empreendimento, votamos que as bebidas destiladas eram: rum, gim, conhaque e uísque. O vinho, a cerveja e a cidra eram tão ampla e livremente utilizados como bebida que a maioria de nossos membros não estava disposta a colocar esses itens na lista. A minoria ali levantou dúvidas quanto à possibilidade de sustentarmos o espírito da nossa constituição sem a abstinência de todas as bebidas intoxicantes. Um dos nossos membros, conhecido por sempre tratar muito bem seus amigos visitantes, perguntou:AJB 193.2
– Sr. presidente, o que devo fazer quando meus amigos vierem me visitar de Boston?AJB 193.3
– Faça o que eu faço capitão S. – disse outro membro. – Faz dez anos que não ofereço qualquer bebida alcoólica forte em minha casa.AJB 193.4
– Ah, você está enganado – disse o presidente. – Faz vinte anos!AJB 193.5
O presidente com certeza disse aquilo porque o homem havia parado de seguir os costumes da época em oferecer bebida alcoólica forte aos seus amigos antes que outros estivessem prontos para se unir a ele.AJB 193.6
Perguntamos se alguém tinha conhecimento de alguma outra sociedade de temperança. Alguns responderam que havia em Boston um grupo que havia decidido recentemente que, em vez de comprar bebidas destiladas em pequenas quantidades nas lojas, eles comprariam pequenos barris para consumirem em suas próprias casas. Aquela associação se chamava “A Sociedade do Barrilete ”. A verdade é que se alguma Sociedade de Temperança tivesse sido organizada antes da nossa, em Fairhaven, o fato era desconhecido para nós. Pouco tempo depois de nossa organização como sociedade, descobrimos que um dos nossos membros havia violado o compromisso. Ele negou o fato. Nós, porém, lhe dissemos:AJB 193.7
– Você estava intoxicado.AJB 193.8
Ele afirmou que não tinha bebido nada além de cidra, e isso era permitido. (Ficamos sabendo que sua esposa preferia muito mais que bebesse conhaque, pois, quando ele se embriagava com a cidra, ele novamente ficava violento como antes). Durante o inquérito desse membro, ele continuava a declarar que não havia violado a letra da constituição. Mas ficou evidente para a sociedade que ele havia violado tanto a intenção quanto o espírito da constituição; mas isso ele não estava disposto a admitir, nem mesmo a prometer se reformar. Portanto, ele foi desligado do grupo.AJB 194.1
Foi a partir daquele momento que a sociedade viu a necessidade de substituir na constituição as palavras “bebida destilada” por “todas as bebidas intoxicantes”, ou algo mais que pudesse sustentar e ajudar a causa. A partir daí uma reforma aconteceu, o que finalmente resultou no abandono de toda e qualquer bebida alcoólica, a não ser para fins medicinais. Essa reforma nos deixou conhecidos como “Os Abstêmios Estritos”.AJB 194.2
Antes disso, a nossa sociedade já havia se tornado muito popular. Nossas reuniões públicas, por sua vez, sempre estavam lotadas de todas as classes de pessoas desejosas de ouvir as palestras a respeito do assunto. Muitos conversos de ambos os sexos também se comprometiam alegremente com a constituição da Sociedade.AJB 194.3
Muitos cidadãos de New Bedford que vieram para ouvir também se uniram a nós. Seguindo nosso exemplo, organizaram uma sociedade na cidade deles e em outras também. Arranjos foram feitos e, em pouco tempo, uma Sociedade de Temperança foi organizada no condado de Bristol, e em seguida fundou-se a Sociedade de Temperança do Estado de Massachusetts. Jornais, folhetos e panfletos a respeito da temperança se multiplicaram pelo país, e logo a oposição começou a atacar como um violento mar, fazendo com que a maré da temperança baixasse por um tempo.AJB 194.4
Surgiu então “O Exército da Água Fresca”, formado por crianças pequenas, de quatro anos para cima, unindo-se em coro em prol da água pura e fresca, cantando o seguinte refrão: “água pura e fresca – bebida, só água fria e sem mistura”! Os apelos simples e inspiradores daquelas crianças, especialmente nos encontros das sociedades que formaram, pareceram dar novo impulso à causa, despertando mais uma vez os seus pais para a necessidade de se absterem de todas as bebidas intoxicantes. Examinando os meus papéis outro dia, vi o livro que continha o nome de quase 300 crianças que haviam feito parte do “Exército da Água Fresca” de Fairhaven.AJB 194.5
Durante nossos trabalhos em prol da temperança, meu irmão F. chegou da América do Sul no Imperatriz. E o navio logo voltou para a América do Sul com um carregamento sortido, mas dessa vez sob meu comando. Partimos de New Bedford na manhã do dia 9 de agosto de 1827. Dessa vez, porém, achei muito mais difícil me separar da minha família e amigos do que nunca.AJB 195.1
O nosso piloto nos fez partir em meio a um forte vento que nos levava mais uma vez ao impetuoso oceano para mais uma longa viagem. Como de costume, as nossas âncoras foram guardadas, e todo preparativo feito, para o caso de sermos tomados por uma tempestade. Ao cair da noite, e ao sairmos do farol de Gay Head, a mais ou menos 25 quilômetros de distância, todos foram chamados para a popa no tombadilho superior. Todos, com exceção de um, eram estranhos para mim, pois tinham vindo direto de Boston no dia anterior. Li os nossos nomes e o acordo para realizarmos a viagem (que estava nos papéis de embarque). Pedi a atenção dos marinheiros enquanto eu especificava as regras e regulamentos que eu gostaria que fossem observados durante a nossa viagem.AJB 195.2
Falei com eles sobre a importância de cultivarmos bons sentimentos uns para com os outros enquanto estivéssemos em alto-mar, sozinhos, durante a viagem programada. Eu disse que havia testemunhado muitas vezes os sentimentos de ódio e amargura surgirem a bordo pela simples razão de os marinheiros não serem chamados pelo nome próprio. Assim, falei:AJB 195.3
– Aqui está o William Jones. Agora vamos nos lembrar de que, enquanto estivermos fazendo essa viagem, devemos chamá-lo de William. Aqui está o John Robinson. Chamem-no de John. Este é o James Stubbs, devemos chamá-lo de James. Não vamos permitir que ninguém seja chamado de Bill, Jack ou Jim por aqui.AJB 195.4
Assim, li todos os nomes dos marinheiros, bem como o do primeiro e do segundo imediato, e pedi que todos se dirigissem um ao outro de maneira respeitosa, chamando um ao outro pelo próprio nome. E se os oficiais se dirigissem a eles de outra maneira, pedi que o fato me fosse relatado.AJB 195.5
Outra regra que estabeleci foi a de não blasfemar ou falar palavrões durante a viagem. William Dunn se dirigiu a mim quando citei essa regra:AJB 196.1
– Mas esse privilégio sempre me foi concedido, senhor.AJB 196.2
– Bem – respondi. – Aqui você não o terá!AJB 196.3
E então, citei o terceiro mandamento bíblico, e, enquanto tentava mostrar o quanto era perverso blasfemar e falar palavrões, ele me interrompeu e apenas me disse:AJB 196.4
– Não consigo evitar, senhor!AJB 196.5
– Então eu vou ajudá-lo a evitar – respondi.AJB 196.6
Ele começou a argumentar sobre isso e disse:AJB 196.7
– Quando sou chamado no meio da noite para encurtar as velas por causa do mal tempo e as coisas não dão certo, eu xingo antes mesmo de pensar.AJB 196.8
– Se você fizer isso a bordo desse navio vou lhe dizer o que farei com você: vou lhe pedir para descer e deixarei que seus companheiros façam o seu trabalho por você.AJB 196.10
Dunn percebeu que isso lhe traria desonra, e em seguida disse:AJB 196.11
– Vou tentar, senhor!AJB 196.12
Outra regra era que não seria permitida nenhuma lavagem ou reparos de roupas aos domingos. Eu disse à tripulação:AJB 196.13
– Tenho uma variedade muito boa de livros e artigos que permitirei que vocês leiam aos domingos. Também vou me esforçar para instruí-los para que possamos guardar esse dia sagrado para o Senhor. Vocês terão todos os sábados à tarde para lavar e consertar as suas roupas, tanto em mar aberto quanto no porto, e espero que apareçam todas as manhãs de domingo com as roupas limpas. E quando aportarmos, vocês poderão tirar a tarde de sábado para irem até a praia, conhecerem o lugar e comprarem o que desejarem, isso se vocês retornarem sóbrios a bordo à noite, pois todos nós observaremos o dia de repouso a bordo no porto, e não será permitido nenhuma liberdade para ir aos domingos.AJB 196.14
Ao ouvir isso, Dunn se pronunciou mais uma vez:AJB 197.1
– Mas essa é uma prerrogativa dos marinheiros. E eu sempre tive liberdade de sair aos domingos, e...AJB 197.2
– Eu sei disso muito bem – eu disse, o interrompendo. – Mas eu não posso lhe dar essa liberdade.AJB 197.3
Tentei então ressaltar como era errado violar o dia sagrado de Deus, e como eles aproveitariam muito mais o tempo se lessem e fortalecessem a mente em vez de se unirem, nesse dia, a toda a impiedade que os marinheiros estavam acostumados a praticar nos portos estrangeiros.AJB 197.4
– E mais uma coisa, quero que saibam que não temos nenhuma bebida alcoólica ou intoxicante a bordo.AJB 197.5
– Fico feliz em saber disso – disse John R. Talvez aquela fosse a primeira viagem que ele fazia sem bebida alcoólica.AJB 197.6
– Temos uma garrafa de conhaque e uma de gin no armário de remédios. Elas serão administradas a vocês como os outros remédios, quando eu julgar necessário. Essa é toda bebida alcoólica que temos a bordo, e toda que pretendo ter a bordo desse navio durante esta viagem. Proíbo estritamente que vocês tragam qualquer tipo de bebida alcoólica a bordo quando vocês tiverem a liberdade de ir até a praia nos portos estrangeiros. E eu gostaria muito de poder convencê-los a nunca beber quando estiverem na praia. Quando vocês forem convocados para realizar algum serviço durante o período em que vocês estiveram de plantão lá em baixo, esperamos que subam rápida e alegremente. Cumprida a obrigação, vocês poderão voltar a seus aposentos e continuar o plantão da manhã em baixo. Se vocês aderirem a essas regras e se comportarem como homens, serão bem tratados e nossa viagem será agradável.AJB 197.8
Em seguida, me ajoelhei e entreguei as nossas vidas ao grande Deus, cujas misericórdias estão sobre todas as obras de Suas mãos, para que Ele nos protegesse e guiasse ao longo da viagem pelo oceano até o nosso porto de destino.AJB 197.9
Na manhã seguinte, todos, exceto o timoneiro, foram convidados para ir até a cabine a fim de se juntarem a nós na oração matinal. Dissemos-lhes que aquele seria o nosso costume todas as manhãs e noites. Acrescentei que seria um prazer para nós termos a presença de todos conosco para que pudéssemos orar com e por eles. Além disso, para incentivar ainda mais a tripulação a ler e a fortalecer a mente, nos propusemos a pôr em circulação, durante a viagem, um periódico duas vezes por semana, nas manhãs de terça e sexta-feira.AJB 197.10
Antes de partirmos, eu havia preparado um estoque de livros, com os últimos jornais, bem como o último volume de um periódico religioso semanal bem interessante chamado “O Arauto de Sião”, publicado em Boston. Começamos a circulação de periódicos com a primeira edição do volume, e determinamos que só entregaríamos a próxima edição se os marinheiros devolvessem a anterior. Assim que cada edição me era devolvida, eu a colocava embaixo da pilha de revistas do volume. Depois de seis meses, todos os números já teriam sido circulados e poderíamos reiniciar com a primeira edição novamente.AJB 198.1
A ideia de um periódico bissemanal em alto-mar deixou a tripulação muito interessada. Quando a primeira edição começou a ser circulada novamente, e os marinheiros começaram a reler o volume, eu não ouvi sequer uma palavra sobre já terem visto aqueles periódicos antes. O interesse deles pelas revistas continuou no decorrer de toda a viagem. Durante o turno da manhã, nos aposentos de baixo, eu costumava ficar andando sem ser notado, e prestava atenção para ouvir algum deles lendo o periódico matinal em voz alta e fazendo observações sobre o assunto lido.AJB 198.2
Aos domingos, quando o clima estava apropriado, tínhamos o culto religioso no tombadilho superior; caso contrário, o fazíamos na cabine, e geralmente líamos alguns bons sermões selecionados ou a Bíblia. Quando aportados, não conseguíamos ter toda a atenção dos marinheiros no domingo como acontecia em alto-mar. Às vezes, parecia difícil para eles serem privados do privilégio de irem até ao litoral com outros grupos de navios que passavam por nós com esse objetivo. Mas nós desfrutávamos de paz e tranquilidade, enquanto a tripulação de outras embarcações ficava em meio a algazarras e embriaguez.AJB 198.3
Era muito gratificante, depois de algumas semanas, vê-los escolhendo alguns livros da nossa pequena biblioteca nas manhãs de domingo, lendo essa boa literatura, bem como a Bíblia, a fim de fortalecerem a mente. Eles estavam agora tão diferentes com relação a sua conduta passada a bordo do navio. Eles pareciam também animados e dispostos a obedecer quando convocados. E assim continuou durante toda a viagem.AJB 198.4
Depois de uma viagem de 47 dias, chegamos com segurança à Paraíba, na costa leste da América do Sul. De lá continuamos nossa viagem até a Bahia, ou Salvador, aonde chegamos no dia 5 de outubro. Como não encontramos procura pelo nosso carregamento, seguimos rumo à Santa Catarina. Na noite anterior à nossa chegada à Bahia, fomos atacados e detidos por um navio pirata de Buenos Aires. O capitão achava que estávamos levando munição e pólvora aos seus inimigos, os brasileiros. Depois de convencê-los do contrário, por fim nos liberaram.AJB 199.1